Embora responda por 25% do PIB brasileiro, a agropecuária também foi responsável por 27% das emissões de gases no país em 2022, segundo relatório anual do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Para tornar essa atividade mais sustentável. Startups da agropecuária usam tecnologia para reduzir impacto do setor
A pecuária tem um papel crucial na economia brasileira, mas também enfrenta desafios ambientais significativos. Com uma altíssima representatividade das emissões de gases de efeito estufa provenientes do gado, algumas startups estão liderando o caminho para uma pecuária mais sustentável.
Separei algumas delas que apareceram nessa interessante matéria:
Olho do Dono: oferece uma solução inovadora para a medição automática do peso do gado por meio de uma câmera inteligente. Isso permite aos fazendeiros ajustar a suplementação alimentar dos bois, economizando em insumos e contribuindo para uma produção mais eficiente e sustentável.
Ecotrace: utilizando tecnologia blockchain, permite acompanhar todo o processo, desde o nascimento do animal até a venda do produto final. Isso não só garante a transparência e a segurança, mas também possibilita a identificação de áreas de melhoria e a promoção de práticas sustentáveis na produção de carne.
Rumin8: startup desenvolveu uma alga que, quando introduzida na alimentação bovina, pode diminuir a emissão de metano pelos animais. O investimento de US$ 12 milhões recebido da Bill Gates em 2023 destaca a importância das soluções inovadoras para mitigar o impacto ambiental da pecuária em escala global.
JetBov: desenvolve soluções digitais para a gestão eficiente do gado de corte. Seu aplicativo e plataforma permitem aos fazendeiros melhorar o manejo do gado, aumentando a produtividade por hectare e reduzindo a necessidade de expansão das áreas de pasto, estando alinhados com a redução das emissões de gases de efeito estufa pela pecuária.
iRancho: oferece uma plataforma de gestão para operações bovinas, ajudando os fazendeiros a melhorar a eficiência e a produtividade de suas operações. Sua abordagem visa otimizar o uso da terra e dos recursos, contribuindo para uma pecuária mais sustentável.
BovControl: não apenas fornece uma plataforma de gestão para fazendas, mas também oferece crédito aos fazendeiros e gera relatórios de impacto ambiental. Seu modelo de negócio visa incentivar práticas sustentáveis na pecuária e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
As startups podem ser grandes aliadas dos fazendeiros na transição energética. São muitos os exemplos de gente que está inovando Brasil adentro, com foco em redução de custos e aumento na eficiência.
“Ninguém é ‘verde’ se está no ‘vermelho’”, diz Guilherme Raucci, da FGV. “Não é possível investir em sustentabilidade se as contas do pecuarista não estão em dia.”
Dificuldades nos investimentos
Mas essas startups da agropecuária (“agritechs”) sofrem entraves para deslanchar no Brasil. Basicamente, a escassez de investimentos é mais grave para essa categoria. No “país do agro”, essas startups levantaram US$ 355 milhões, enquanto as fintechs levantaram US$ 8 bilhões, segundo dados da Distrito.
Para Pompeo Scola, da aceleradora Cyklo Agritech, isso não deve impedir o nascimento de pesos pesados também na agropecuária.
“Os unicórnios do agronegócio vão demorar mais tempo para nascer. Não há disposição dos investidores da Faria Lima de trabalhar uma tese sem confirmação internacional. Mas, na agropecuária mundial, o benchmark é o próprio Brasil”, diz Scola.
Fonte: Guilherme Guerra e Danilo Gurdos Siga FebelTech no Google Noticias.
